sábado, 19 de dezembro de 2015

Vouzela # a vila, os pastéis e o património natural #


Ponte Ferroviária, adaptada a ciclovia. Integra a Ecopista do Dão que se estende por 49 km de Viseu a Santa Comba Dão.

Fizemo-nos à estrada por volta das dez da manhã, depois do pequeno-almoço. Que o tomámos na Casa de Igarei.  E que, aliás, recomendamos não só pelo pequeno-almoço, mas também pelo conforto e conchego da casa, tipicamente beirã, e pela proximidade de Vouzela, São Pedro do Sul e Viseu. Demorámos cerca de 20 minutos de Igarei a Vouzela, com paragens frequentes. Que a paisagem sugeria o uso compulsivo da máquina fotográfica. E exigia a minha atenção, ou melhor eu entreguei-lha sem resistência. Que majestosa é a imensidão dos verdes e dos acastanhados que vestem as encostas da Serra do Caramulo.
Rasga-a a ponte. Que se me impôs diante dos olhos. Que, pela imponência, roubou, por momentos, o protagonismo ao verde. E que oferece uma vista privilegiada da vila; das ruelas e das pontes, com origem na época romana, dos solares e das casas senhoriais, edificadas com o granito típico da região, da arquitetura religiosa e das serranias que a abraçam.
Parecia adormecida,a vila, nas margens do rio Zela. Que lhe empresta parte do nome. Que a outra parte deve-a ao Vouga. Comecei a perguntar-me pelas pessoas. Pelos habitantes da Vouzela. Que não havia avistado ninguém, ainda. Os primeiros, aliás as primeiras, que eram senhoras, encontrei-as à porta do Café Central. Que também eu escolhi para experimentar os famosos Pastéis de Vouzela.





O Café Central fica na Praça da República, e pareceu-me que grande parte da vida social de Vouzela passa por ali, entre um pastelinho, umas compras no Mercado Municipal e uma visita à Capela de São Frei Gil ou à Igreja da Misericórdia, cuja fachada se encontra totalmente revestida com azulejos. A capela foi construída em honra do padroeiro da vila, Frei Gil, é pequenina e o destaque vai para o altar, em talha dourada, e para a fachada exterior, ao estilo barroco. Do património religioso da vila fazem parte também a Igreja Matriz, a Capela de São Sebastião e a Ermida de Nossa Senhora do Castelo.
As ruas animaram com a aproximação da hora de almoço. E o comércio tradicional pareceu respirar de alívio. Infelizmente a Biblioteca Municipal continuou fechada. Na impossibilidade de dar uma espreitadela ao património literário, acabei por entrar no Museu Municipal, que reúne algumas peças interessantes, no que respeita ao património etnográfico da vila, nomeadamente à produção e usos do linho.

Interior da Capela de São Frei Gil [ século XVII]

Igreja da Misericórdia [ século XVIII]

Igreja Matriz, data do século XII.

Museu Municipal de Vouzela.

Produção e Usos do Linho, exposição permanente no Museu Municipal de Vouzela.

Vouzela tem raízes ancestrais, comprovei-o no passeio pelas ruas, cujo traçado data da época romana, nas casas senhoriais e nos solares, edificados com o granito típico da região. Passeio que acabou por ser bastante curto. Que, há volta da vila, a Mata de Nossa Senhora do Castelo, a Mata da Penoita e a Reserva Botânica de Cambarinho são de visita obrigatória. 
A Mata de Nossa Senhora do Castelo localiza-se a 3 km de vila, a 520 m de altitude, e há quem diga que é o mais belo miradouro da Beira Alta, uma vez que oferece uma vista privilegiada sobre Vouzela, São Pedro do Sul e o Vale do Vouga.

Mata de Nossa Senhora do Castelo

A Mata da Penoita combina espécies autóctones e exóticas formando um conjunto de rara beleza. No Verão é o local ideal para passear e "piquenicar", à sombras dos frondosos carvalhos, nos parques de merendas. No Outono, o solo veste-se com as cores próprias da estação. Aqui e ali brotam cogumelos de várias formas e feitios. O sol espreita entre as árvores despidas e a mata ganha uma atmosfera quase mágica.
A Reserva Botânica de Cambarinho é um dos ex-libris do concelho de Vouzela e da Serra do Caramulo. São 24 hectares de área protegida, em nome do loendro, uma espécie rara, que abunda no local. E que na época de floração, entre Maio e Julho, proporciona aos visitantes um espectáculo exuberante, com muita cor à mistura.

Reserva Botânica de Cambarinho.





























quinta-feira, 17 de dezembro de 2015

Postais de Chocolate # para um Natal ainda mais doce #

Chocolateria Delícia, Avenida Alberto Sampaio, número 10.

É tempo de presentear família e amigos. De os reunir à volta da mesa. E de enviar postais aos que estão longe. E se no lugar do tradicional postal de Natal enviasse uma barra de chocolate?
É deliciosa a ideia da Chocolateria Delícia, uma das melhores casas de chocolate artesanal de Viseu. A casa é pequenina. A decoração doce. Quase tão doce como os bombons que saem das mãos do mestre Ilídio, à vista dos clientes. Que o espaço além da loja contempla uma fábrica de chocolate.
A grande aposta da marca são os chocolates de antigamente. Os cigarrinhos. Os carrinhos. Os ratinhos. E as sombrinhas de chocolate. Que moram no cantinho das memórias doces da nossa infância. Mas, na Delícia há chocolates para todos os gostos, dos mais exóticos aos mais convencionais. Que podem ser adquiridos a granel ou em caixinhas e latinhas exclusivas.








Foi a Catarina Frias da Casa de Igarei que me apresentou a Chocolateria Delícia, durante a visita guiada que me fez pela cidade de Viseu. Que lhe conhece os cantos, as histórias e as boas casas de comeres. Que os manjares não se ficaram por aqui.











quarta-feira, 16 de dezembro de 2015

Montebelo # muito verde, cavalos e golfe #

Montebelo Golfe, um paraíso natural, a cerca de 10 km da Casa de Igarei, Turismo Rural.

Verde, muito verde. Sarapintado com os doirados e os avermelhados, próprios da estação. Tranquilidade, muita tranquilidade. Interrompida aqui e ali pelo grasnar das aves. Que, nem o vento se atreveu a resmungar nesta tarde solarenga, uma das últimas do Outono.
O IP3 indica a saída para o campo de golfe. Não há como enganar. São mais 5 a 10 minutinhos até ao Montebelo Golfe e ao Centro Hípico de Montebelo. No horizonte as Serras da Estrela e do Caramulo. E um fim-de-semana longe da confusão dos grandes centros urbanos. Que bom!!!
Há árvores de grande porte ladeando a estrada, pinheiros, carvalhos e eucaliptos. Que desenham, a traço irregular, uma mata densa e frondosa, onde se distinguem trilhos, alguns deles utilizados para passear a cavalo. Que o Centro Hípico, além das aulas de equitação, e da hipoterapia, aluga cavalos para montadas a seu belo prazer, a dois, em família ou em grupo.
Ora aqui está uma excelente ideia, passear a cavalo, livremente. Ele prefere o golfe e por isso voltámos à estrada. O Montebelo Golfe fica meia dúzia de metros acima do Centro Hípico. A entrada é proibida a não jogadores. O campo dispõe de 27 buracos associados a um traçado singular e a um enquadramento de rara beleza.

 http://www.golfemontebelo.pt/. O Montebelo Golfe dispõe de bar, restaurante e loja de artigos desportivos.





É um verdadeiro paraíso natural, o campo de golfe. Fomos bem recebidos. Terminei o dia com os olhos postos nas serranias, no seio da mãe natureza. E com um convite para tomar chá, enquanto ele conversava com os outros jogadores.
Já o Sol havia adormecido quando chegámos a Igarei, à casa de turismo rural. Optámos por pernoitar na aldeia. Que no dia seguinte tínhamos intenção de visitar Torredeita e Vouzela. Igarei, na freguesia de Queira, fica entre as duas localidades e comunga da tranquilidade própria da região. Perfeito, para um fim-de-semana que se queria relaxante.

A Casa de Igarei dispõe de estacionamento privativo e de um pátio exterior. No interior existem quatro quartos. Apenas um não dispõe de casa de banho privativa. As áreas comuns são espaçosas, arejadas e estão totalmente equipadas.

Há um fogão a lenha na cozinha. Que os Invernos são rigorosos. E além disso toda a casa dispõe de ar condicionado.

Há três quartos duplos e um triplo. A decoração é simples. Sóbria mas deliciosa.

Rasgou um sorriso a proprietária da Casa de Igarei e abriu-nos a porta. A porta da casa que foi nossa naqueles dias. Que sentir-se da casa não é difícil, por estas bandas. Na mesinha de cabeceira estava um postal de boas-vindas. Na cozinha havia pão, croissants, compotas, iogurtes e bebidas quentes. Na Tasquinha dos Guedes estava reservado o jantar. E na manhã seguinte fumegavam torradas em cima da mesa. Tão bom!!!






terça-feira, 15 de dezembro de 2015

Igarei # o regresso à terra #

Igarei é uma aldeia pequena e tranquila. Sem trânsito. Nem pressas. Feita de ruelas estreitas, definidas pelo casario em pedra típico da Beira Alta.

Ainda há pastores. Foi o senhor Vasco quem me deu as boas-vindas, na sexta-feira, ao cair da noite. Cruzámo-nos na rua Direita. Ele no cumprimento da sua rotina diária, acompanhado pelo seu cão pastor. Era hora de recolher o gado. E eu acabada de chegar a Igarei, com o jantar marcado na Tasquinha dos Guedes.
Ainda há lavradores. Atualmente, grande parte dos trabalhos são executados com recurso aos tratores agrícolas, mas ainda se vêem alguns carros de bois. Ainda corre água nos ribeiros. As azenhas sobreviveram ao tempo, "para contar a História. Que, hoje, já não são utilizadas na moagem dos cereais." E corre água, também, nos chafarizes. Há vários na aldeia, para abastecimento da população.
O povo é madrugador. Cabe aos galos anunciar o começo de mais um dia de trabalho. O Domingo é excepção. É dia de cumprimento das obrigações religiosas. E de preguiçar à volta do lume. Que faz frio, muito frio nesta altura do ano. Há quem prefira ir ao Guedes, uma casa familiar, onde servem petiscos, almoços e jantares tipicamente rurais. E onde se fazem os grandes convívios.

Abri a janela do Esteva, um dos quartos que fica no último andar da Casa de Igarei. Estava um frio de rachar. A Serra do Caramulo trajava de branco. Com o aumento da temperatura o branco cedeu, lentamente, o lugar aos verdes e aos doirados usuais desta época.

A luz solar tem dificuldade em penetrar nas ruas. Fez-me companhia, a custo, na minha primeira manhã em Igarei. Que, além de pernoitar na aldeia, quis ver de perto os chafarizes, o moinho de água e a Capela de Nossa Senhora das Neves.





Foi o senhor Vasco quem me levou ao moinho. Conversámos sobre a aldeia, o povo, e o trabalho no campo. Não foi demorada a conversa. Que os animais pressentido a presença do dono clamavam pela sua atenção.



Capela de Nossa Senhora das Neves.

Largo da Capela de Nossa Senhora das Neves. Sabem o que são aquelas casinhas de madeira elevadas? São espigueiros e servem para guardar os cereais.  As coisas que eu aprendi em Igarei!!!

Ir 

Igarei pertence à freguesia de Queira, que fica "entre as majestosas Serras do Caramulo e da Galheira, deliciosamente pousada sobre as faldas do Monte de Nossa Senhora." O acesso faz-se através do IP3 ou da A 25. Entrei no IP3, em Coimbra. O rio Mondego fez-me companhia durante grande parte do percurso. A paisagem é maravilhosa. Optei pela saída que leva diretamente ao Montebelo Golfe. Queria passar por lá antes de seguir para Igarei. Foi uma ótima opção, além do campo de golf, há um centro de equitação e Torredeita fica ali ao lado. Encantou-me! Mas, conto-lhe depois. De Torredeita a Igarei são meia dúzia de quilómetros. Que se fazem entre o verde intenso dos pinheiros e o dourado do arvoredo de folha caduca. Sem trânsito. E sem pressas, cousas próprias da região.


Dormir

Pernoitei na aldeia, na Casa de Igarei. Que é de facto uma ótima opção para explorar a região, dada a proximidade de Tondela e Vouzela, de São Pedro do Sul e de Viseu. Era uma casa de família, que foi reconstruída e adaptada ao turismo rural. Foram preservadas as paredes de pedra tipicamente beirãs, tanto nos quartos como nas áreas comuns, espaçosas e arejadas. A cozinha está totalmente equipada, incluindo com um fogão a lenha. Que os Invernos são rigorosos. Mas, não é imperativo acender o fogão, a casa tem ar condicionado.
Os quartos são quatro, três duplos e um triplo. Apenas um não dispõe de casa de banho privativa. A decoração é simples. Sóbria, mas com apontamentos deliciosos. E estava tudo muito limpinho, para meu júbilo.
Fui recebida com um sorriso enorme. Sincero. Quase familiar. E senti-me em casa. O pequeno almoço foi servido pela dona da casa. Havia pão de água e de mistura. Croissants. Compotas. Manteiga. Cereais. Café. Chá. Leite. E companhia para conversar, tão boa que deixei a próxima visita agendada. Pode marcar a sua aqui.

Quarto, Casa de Igarei.


Além deste espaço maravilhoso, a Casa de Igarei dispõe ainda de um pátio e de estacionamento privativo. Em breve hão-de haver música ao vivo e tertúlias.

 Comer

Sabe receber o senhor Guedes. Aliás, a arte de bem receber parece-me própria de Igarei. Recomendaram-me a Tasquinha dos Guedes na Casa de Igarei. " Vá ao Guedes. É uma experiência única para quem vem de fora. Genuína."
Receberam-me de braços abertos. Ele, a mulher e os filhos. E o casal que jantou comigo. Que não houve espaço para individualidades. E a conversa prolongou-se noite dentro, em frente ao fogão a lenha e a uma chávena de chá. Maravilhoso!!!
É ele quem cozinha, o senhor Guedes. Inspirado nas receitas do Chef Hernâni Ermida. Trouxe à mesa um prato de bacalhau frito com batatas assadas e couve portuguesa. E outro de vitela de Lafões. Mas, as entradas eram mais do que suficientes, para mim. Alheira. Chouriço de porco preto. Orelheira. Azeitonas retalhadas. E broa.
O jantar é normalmente regado com vinhos do Dão. Foi servido com o vagar usual das casas rurais. E finalizado com uma baba de camelo caseira divinal, feita pela esposa do senhor Guedes. Que opta por fazer as sobremesas que sabe "que saem bem." Além da baba de camelo, há bolo de bolacha e tarte de requeijão.






 Foi tão bom o fim-de-semana que passei entre Igarei e Viseu. Fui tão bem recebida, como se fosse das casas, há anos. Comi tão bem, tanto na Casa de Igarei, como nos Guedes, como em Viseu. E fiquei a conhecer uma região cheia de encantos históricos, naturais e gastronómicos. E de boa gente.Vou mostrar-lhe tudo nos próximos dias. O ponto de partida será sempre  Casa de Igarei














quarta-feira, 9 de dezembro de 2015

Madeira

Porto Moniz # piscinas naturais #

 A Madeira é um dos destinos turísticos mais procurados. A Catarina é agente de viagens e foi conhecer a ilha. Viajou com a Transavia, mas tanto a Ryanair como a TAP disponibilizam voos para o Funchal. Ficou hospedada num hotel de quatro estrelas, a cerca de 10 minutos a pé do centro, mas " há ótimas opções no centro da cidade, para os mais preguiçosos. Além disso é muito fácil deslocarmo-nos na ilha, há visitas guiadas com transporte incluído, autocarros turísticos e táxis."

Onde ir e o que visitar na ilha?

"Há quem pense que a Madeira se resume ao Funchal. Não é verdade. Mas comecemos pela cidade. Visite a Sé Catedral, que fica na avenida mais famosa da capital madeirense, a Avenida Arriaga. A Marina do Funchal e o Casino da Madeira. E, obviamente, o Museu do Cristiano Ronaldo. Na zona velha do Funchal, reconstruída após as cheias de 2010,  aconselho uma visita ao Museu de Arte Contemporânea, ao Mercado Municipal do Funchal e ao Museu do Bordado da Madeira, onde poderá assistir à arte do bordado e praticá-la. Nas ruas pode ainda apreciar portas e janelas pintadas à mão.
Fora da cidade, a Camacha é uma zona de grande interesse para quem aprecia artesanato. É lá que se encontra o Museu do Vime, uma arte em vias de extinção. No museu, além de estarem expostas peças belíssimas, poderá também andar nos famosos Carrinhos da Madeira.
É o verde quem domina a paisagem, aqui e ali recortada por pequenas povoações, cada uma delas com motivos de interesse diferentes. Os típicos bananais madeirenses ficam na Madalena do Mar. Em Rio Frio conta-se a história do vinho. No Curral das Freiras há degustações de castanhas e licores todo o ano. Na vila piscatória de Câmara de Lobos há um mercado de produtos regionais. As casas típicas da ilha, donas de uma arquitetura única, ficam em Santana; muitas delas  foram adaptadas ao comércio tradicional.
O relevo acidentado da Madeira ora aninha lugarejos em vales profundos, ora permite vistas magníficas a partir dos pontos mais altos das falésias, como é o caso do Cabo Girão. "
Está pensar visitar a ilha? Fale com a Catarina. Ela é especialista em planeamento de viagens.

 Comer

"Há restaurantes um pouco por toda a cidade do Funchal, na zona da Marina multiplicam-se. Tem mesmo que experimentar a febra em Bolo do Caco do Number Two. E um jantar típico madeirense. São servidas sopa de trigo, espetadas de carne, Poncha madeirense e Bolo de Mel. O jantar é acompanhado pelo bailinho da Madeira e pelo corridinho."

Ponta do Sol # a praia de areia negra e a capelinha de Nossa Senhora da Luz #

Vila de São Vicente

Ribeira Brava

Cabo Girão # é o segundo cabo mais alto do mundo #

Porto Moniz # praias artificiais #

Ponta do Sol

Calheta # praias artificiais #

Faial # visite o Museu do Faial e a Casa de Chá do Funchal #

Vista a partir do Miradouro do Pico de Barcelos


Camara de Lobos # vila piscatória # visite o mercado de produtos típicos da ilha 

Camacha # Museu do Vime #

Igreja de São Bento # Ribeira Brava #

Santana # há provas de Bolo de Mel
e Poncha  nas casinhas típicas #