quarta-feira, 25 de novembro de 2015

Buçaco # há quem lhe chame altar natural #

Palácio do Buçaco [hotel], Rota da Bairrada.

Recordo-me do dia em que fui ao Bussaco, como se de ontem se tratasse. Estava frio e o sol tinha dificuldade em penetrar a flora centenária da mata. Estávamos em Novembro. No Luso, a vila que se estende aos pés da Serra, conhecida pelas propriedades terapêuticas da sua água, o movimento era pouco; havia meia dúzia de aldeãos junto à Fonte de São João, abastecendo as bilhas de água. A vila é pequena, mas dada a fama da estância termal abundam os hotéis e os restaurantes típicos. O Grande Hotel do Luso, encontra-se a escassos metros da porta, que pela vila, dá acesso à Mata Nacional do Buçaco, e é uma ótima alternativa ao Palace Hotel do Buçaco.
Da porta?, perguntar-se-à. Sim, da porta! A mata é muralhada e conta com onze portas de entrada, obra dos monges que ali habitaram e que transformaram aqueles 105 hectares de terreno numa floresta com cerca de 700 espécies vegetais. A vegetação frondosa ladeia o caminho estreito e curvilíneo que separa a porta da praça central da Mata, onde se encontra o Palace Hotel do Buçaco, mandado construir pelos últimos Reis de Portugal, no lugar do antigo Convento de Santa Cruz, do qual ainda restam os claustros e algumas celas dos monges.
Os jardins estavam desertos. E o Palácio parecia adormecido. Aliás, a natureza parecia adormecida, à excepção do fio de água que descia, tranquilamente, os 140 degraus que terminam na Fonte Fria. As fontes e os lagos, as capelas e as ermidas, os miradouros e a vegetação luxuriante, que conta com cerca de 300 espécies exóticas, encontram-se um pouco por toda a mata.
A Mata Nacional do Buçaco dizem-na única no mundo, pelo notável conjunto histórico, arquitectónico, religioso, botânico, paisagístico, militar e cultural que se encontram dentro de portas. Que estas terras foram palco da Batalha do Buçaco. Que no Convento de Santa Cruz dormiu o general Wellington. Que nestas terras habitaram monges. Que construíram edifícios e desenharam socalcos, inspirados na distante Jerusalém. Que recriaram a Via-Sacra. E que são os responsáveis por todo este verde intenso e inebriante, que não cabe nos olhos e se estende à alma.

Fonte Fria, Mata Nacional do Bussaco.

Compreendi, naquele dia, a escolha dos monges da Ordem dos Carmelitas Descalços, que ali se instalaram na primeira metade do século XVII. Que plantaram e muraram a floresta, que conta com onze portas de entrada. E compreendi, também José Saramago -" A Mata do Bussaco não se descreve o melhor é perder-nos nela."

Vale dos Fetos, Mata Nacional do Buçaço



Mata 

Portas de Coimbra.

Capela.

Ermida.

Grande Lago, Mata Nacional do Buçaco

http://www.fmb.pt/v2/pt/                              











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