terça-feira, 15 de setembro de 2015

Rumo a Espadanedo

 Espadanedo

"É mais uma. Apenas mais uma das muitas aldeias que encontramos espalhadas pelas encostas do Douro, saindo do Porto rumo à Régua. Mas esta é me querida. Foi aqui que cresci, de olhos postos no rio e na terra d'além, como dizia a minha avó. E por isso quis trazer-te cá. As minhas raízes estão aqui neste chão, coberto de pó e de memórias. Tens o direito de conhecê-las."
Um nevoeiro cerrado encobria o Douro quando saímos do Porto, mas o sol não tardou a erguer-se. Na Marina do Freixo os barcos de recreio baloiçavam ao sabor da corrente. Na estrada, que segue o percurso do rio, o movimento era bastante, mas, as paragens são obrigatórias; pelo menos na barragem de Crestuma-Lever e em Entre-os-Rios, onde os cruzeiros atracam para a entrada e saída de passageiros.
Às portas de Castelo de Paiva, há doces regionais à venda e, portanto, nova paragem, antes de descer à praia fluvial da Ilha dos Amores. Há um barco que faz a travessia do rio até à ilhota. E um pequeno areal, onde acabámos por comer os beijinhos do amor.
Espadanedo não fica muito longe. Na aldeia há meia dúzia de casinhas de pedra e outros tantos habitantes, muitos deles de idade avançada. Ainda há rebanhos e pastores. Queijo fresco e carnes fumadas. Ainda há quem trabalhe a terra. Nas encostas predominam a vinha e os milheirais. 
"Da casa da minha avó avistámos o Douro e a Serra de Montemuro. As moças a lavar no rio. E os velhotes a jogar às cartas, no adro da Igreja. 
-- Estamos no tempo do calor, fizesse frio não havia vivalma na rua. Havias de ver as chaminés fumegarem todo santo dia e os montes cobertos de neve. Voltamos cá pelo Natal.
Anda, antes de entrar na serra vamos à barragem do Carrapatelo. É ainda mais imponente que Crestuma-Lever. Vais gostar. E da Serra ainda mais. Vamos!"

Barragem de Crestuma-Lever

Entre-os-rios, ponto de encontro do Tâmega com o Douro.

Barragem do Carrapatelo

Serra de Montemuro












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