quarta-feira, 30 de setembro de 2015

Uma Rua # é das Flores #


Rua das Flores, Porto

É das Flores, a rua. Fazem jus ao nome, as varandas. Vestidas a rigor. As lojas. Que das flores o são também. É a Mercearia das Flores. A Retrosaria das Flores. A Chocolateria das Flores. E até o hotel. O FloresVillage Hotel & Spa.
O trânsito de veículos foi interdito. Os edifícios foram restaurados. E a Rua das Flores, a escassos metros da Estação de São Bento, transformou-se numa das ruas mais movimentadas da baixa portuense. É ponto de passagem obrigatório para quem visita a cidade. E, eu mostro-lhe porquê.

O que é que a rua tem???

Um hotel de quatro estrelas com vista para o centro histórico da Invicta. À sua disposição quartos duplos e suites. Um SPA. Piscina e jardim interior.
Apresento-lhe o Flores Village Hotel & Spa.




   Uma obra de Nicolau Nasoni. A Igreja da Misericórdia, que data do século XVIII. Um museu também ele da Misericórdia, propriedade da Santa Casa da  Misericórdia do Porto. O museu reúne uma vasta colecção de arte, incluindo o famoso Fons Vitae, do século XVIII.  E ainda mais um museu. Que é das Marionetas.

Igreja da Misericórdia

Sangue derramado do Fons Vitae in Museu da Misericórdia

Fons Vitae, século XVIII in Museu da Misericórdia.



Um edifício belíssimo. Histórico. E requintado. A Ourivesaria Aliança foi transformada em Galeria, mas não perdeu o charme. A fachada é a original. No interior governam os doirados. E os cristais.
No rés-do-chão e no primeiro andar há salões de chá. No primeiro piso, o Jóia da Coroa, serve em louça de época, e está emoldurados pelas vitrinas da antiga ourivesaria. Nos restantes pisos encontramos boutiques de moda. 



 Mercearias. A Mercearia das Flores, onde podemos degustar e comprar produtos regionais e biológicos. Pão. Queijos. Mel. Compotas. Enchidos. Bolachas artesanais. E vinhos, entre muitas outras coisas. 
E a Porto de Baião. Mais uma loja de produtos tradicionais portugueses.


Restaurantes. Com muito bom aspecto. E para todos os gostos. Sugiro o À Parte. Que além de restaurante funciona como bar. A cozinha apresenta-nos sabores mediterrânicos de inspiração oriental. E pode tomar um copo noite dentro. Ou um chá, conforme lhe apetecer.




Chocolatarias. A Equador, sobejamente conhecida. E a Chocolataria das Flores. Há chocolates. Brownies. Bolachas. E marmeladas. Para lá da loja, há uma cafetaria. Aproveite! Cai sempre bem uma chávena de chá ou de chocolate quente. Uma fatia de bolo caseiro ou um scone.




 Uma loja de artesanato português. A Memórias. As peças evocam a cultura portuguesa. Entrar na loja é viajar no tempo.
                                                                                                  


E uma retrosaria. A Retrosaria das Flores, adivinhava-se. Que também ela permite uma viagem no tempo. Há matérias-primas para costura. Tricot. Tecelagem. Fiação. Workshops. E oficinas.



Tem alma a rua. Renovada. E arranjada. Tem alma o comércio. Arrojado. E moderno. Mas, que viagens no tempo permite.
Têm alma, as gentes.


segunda-feira, 28 de setembro de 2015

Doçaria Conventual de Tentúgal


Doçaria Conventual by Maria Helena Soares.

"Tentúgal toda a rir de casas brancas. A linda aldeia. Venho cá todos os meses. E contrariado vou de todas as vezes. Vou ao convento visitar a linda freira. Nunca lhe falo, talvez hoje a vez primeira. 
Vou comprar um pastelinho, que eu bem sei, que dentro trará um bilhetinho, isto sonhei. Assim o pastelinho, ó ventura sonhada, tem de recheio o coração da minha amada.
Abro o envelope ideal.  Vamos a ver Traz? Não... Regresso a Coimbra só com o meu coração. "[ António Nobre]

Era dia de roda do convento. Várias havia. A mais doce à aldeia trazia estudantes e poetas de Coimbra. Enamorados das noviças e dos pastelinhos. A receita da bondade de uma irmã Carmelita nasceu.
Era Natal. Época de presentear. As crianças, principalmente. A doçaria era o melhor que as Carmelitas tinham para oferecer. Conhecidos são os dotes culinários destas senhoras. E a arte de misturar ovos, açúcar e farinha. Experimentou, pois, a irmã rechear uma massa muito fina com doce de ovos. Uma massa pobre. Com a espessura de uma folha de papel vegetal. Et voilá. Do forno saíam os primeiros Pastéis de Tentúgal.
A aldeia fez-se vila. De doces tradições. Que das freiras se herdaram. Do Convento de Nossa Senhora da Natividade, saíram as receitas.  Dos Pastéis, e não só. Que divinais são também as Queijadas. As Barrigas de Freira. Os Papos de Anjo. As Maminhas de Noviça. E tantas outras iguarias.
Foram entregues a famílias abastadas. Meteram as mãos na massa, as moças. Passaram-se os segredos de geração em geração. Criaram-se negócios familiares à volta da doçaria conventual. Que perduram, hoje, ainda, para nosso deleite.


E os melhores doces conventuais de Tentúgal comem-se.....


Na Maria Helena Soares, no centro do vila de Tentúgal. Excelência é a palavra de ordem no que toca à qualidade dos produtos. Os melhores entre os melhores. 

 No Afonso, na Rua General Humberto Delgado, em Coimbra  ou  na casa mãe ( Afonso) na Nacional 111.

No Monte de Carmelo, na Nacional 111. E as especialidades são... Surpresa. Adoro a confeitaria.

Na Pousadinha, a última confeitaria que encontra no sentido Coimbra/ Figueira da Foz (Nacional 111), antes de Montemor-o-Velho. Há mil e um doces. O difícil é mesmo escolher.

UM PECADO! Comem-se na Pousadinha.





















sexta-feira, 25 de setembro de 2015

Serralves

Parque da Fundação Serralves, Porto

Uma casa. Cor-de-rosa. Um belíssimo exemplar da Arte Déco, dos anos 30. Um Museu de Arte Contemporânea, projectado por Siza Vieira. De linhas rectas. Longitudinais. Uma casa de chá. Que parece uma casa de bonecas. Jardins. Uma mata. E uma quinta. Apresento-lhe a Fundação Serralves. 

A Casa de Serralves foi mandada construir pelo Conde de Vizela. Era a casa de veraneio da família.

A casa, construída no ponto mais alto do terreno, debruça-se sobre o jardim. Magnífico!



Varanda sobre o Bosque do Lago.

Apaixonou-me o Parque. É muito verde! Rasgado pelos tons doirados nesta altura do ano, prenúncio da chegada do Outono. Sarapintado, aqui e ali pelo vermelho e amarelo, das últimas rosas. Parece despojado de vida, o roseiral. Há-de devolver-lhe-a, a Primavera, ainda longínqua.

O roseiral. Ao centro uma das esculturas pertencentes à Fundação Serralves, que adornam os jardins.



Ali ao lado, na Casa de Chá a azáfama é grande. Domingo é dia de brunch. O tal pequeno-almoço almoçarado que virou moda. Combina doces, salgados e nesta casa, chá, obviamente. A carta é variadíssima. Reflete a paixão da proprietária pela bebida de origem Chinesa. E serve-se com pompa e circunstância ás 16 horas.

A Casa de Chá. Quase. Quase escondida pelas trepadeiras. Guardam o segredo mais doce do Parque.

 Chique & Tranquilo. Romântico & Bucólico. Perfeito!

Chá. Café. Panquecas. Scones. Bolo caseiro. Sanduíches. Sopas. Saladas. Gelados.

O verde dos jardins estende-se à mata, lugar tranquilo, por natureza. Na Primavera as abelhas andam numa roda-viva. E os outros bichinhos, também eles azafamados, cumprem as suas tarefas diárias.

Há quem prefira piquenicar. As famílias, principalmente. Que o Parque é delas. E tem espaços muito agradáveis para estender a toalha e para as crianças brincarem à vontade.
O Parque é um enorme manto verde, que se estende por 18 hectares, com cerca de 200 espécies autóctones e exóticas. Recortam-no as extensas alamedas de árvores de grande porte. Pinheiros. Eucaliptos. Liquidambares. Castanheiros. Faias. Os caminhos de terra batida. As escadarias, toscas. Que parecem obra da própria natureza. A varanda que se debruça sobre o Bosque do Lago. Romântico, secretos são os recantos. Os canteiros das aromáticas. Repletos de cor. As estufas, onde vivem as espécies mais frágeis. E a cerca de madeira que contorna a quinta. Mas, desengane-se, o verde estende-se quinta adentro praticamente até aos estábulos. Verdes são os prados onde os bois, os cavalos e os burros pastam.
Belíssimo é o jardim. Que parece engalanado a cada visita. Que esta não foi a primeira nem há-de ser a última. Ao Domingo de manhã a entrada é gratuita, tanto no Parque como no Museu.




Quinta tradicional. É um dos espaços preferidos das crianças.